OS TRÊS países com pior desempenho na gestão da pandemia eram (e dois ainda são) governados por populistas autoritários: os Estados Unidos de Donald Trump; a Índia de Narendra Modi e o Brasil de Jair Bolsonaro. Não por acaso, esses países registraram o maior número de mortes por covid-19 e contaminações pelo novo coronavírus até aqui.
Negacionistas, tais dirigentes minimizaram a gravidade da doença, deixaram de coordenar as ações contra a pandemia, foram contra as medidas de distanciamento social, desdenharam das vacinas e apostaram em medicações e tratamento precoce sem nenhuma eficácia comprovada pela Ciência.
Desde que mudou a presidência dos EUA, com a eleição de Joe Biden no lugar de Donald Trump, a vacinação avançou naquele país e o número de mortes diárias caiu, imediatamente, de 3.400 óbitos em janeiro para 940 em março; hoje a média diária encontra-se em 669 casos, um quinto das mortes que ocorriam em janeiro de 2021 sob o governo de Trump.
A Índia e o Brasil, que continuam governados por populistas autoritários e negacionistas, são os dois países com as maiores médias de mortes por covid no mundo. São os únicos que têm essa média acima de 1.000, ambos com mortes diárias e média móvel semelhantes, variando em torno de 2.000 casos.
A atuação lamentável desses três líderes (Trump, Modi e Bolsonaro) constitui uma evidência fulgurante do fracasso da “nova direita”, ou da extrema-direita, na condução da pandemia. A queda de Trump com o imediato controle da peste nos EUA é uma prova irrefutável de que o populismo autoritário não só fracassou no enfrentamento da crise sanitária como é parte da própria crise.
Não poderia ser mais didático: o número de mortes nesses países governados por líderes populistas e autoritários é a prova mais eloquente de que o negacionismo foi tão nocivo quanto o vírus. Mas, nem esse catastrófico morticínio consegue abrir os olhos dessa gente negacionista, pois, em vez de enxergar os fatos, preferem negá-los também, mesmo diante da própria morte.
É por isso que países como Brasil estão, como se diz, na contramão do mundo. Enquanto a Europa e os EUA de Biden já começam a retomar suas atividades econômicas, sociais e de lazer; enquanto a China já promoveu encontros a céu aberto para mais de 11 mil pessoas em Wuhan, apontado berço do vírus, o Brasil se mantém com taxas elevadíssimas de contaminação e mortes por covid – e na iminência de uma terceira onda.
O mundo já descobriu que os caminhos são o distanciamento físico e as vacinas. Já o presidente brasileiro continua incentivando aglomerações, menoscabando a importância das máscaras e desdenhando a vacinação, apegado ao curandeirismo do “tratamento precoce” com cloroquina e prevenção da doença com ivermectina – na contramão do mundo e da Ciência.
Nem uma CPI, investigando um rol de mais de vinte crimes praticados pelo presidente da República contra a saúde e a vida dos brasileiros, durante a pandemia, tem sido suficiente para mudar o rumo e a necropolítica de Bolsonaro. Ele segue firme na pulsão de morte e na polarização que atiça seu eleitorado – seu propósito não é a vida, é a reeleição!
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