ASSIM como tem acontecido com as notícias sobre “inflação crescente” no Brasil, é curioso como a mídia nacional, nestes tempos de eleições, tem divulgado insistentemente um suposto “mal desempenho” da economia brasileira, que estaria sendo provocado especialmente pelos “sucessivos erros” da política macroeconômica do Governo Federal e que resultará num “pibinho” irrisório, sinal do estrondoso fracasso de nossa economia.
É muito estranha essa cantilena da mídia brasileira, pois ela nunca divulgou para os brasileiros que o PIB nacional, há 10 anos, era de apenas 550 bilhões de dólares e hoje ultrapassa a casa dos 2 trilhões e 500 bilhões. A mídia reacionária nunca divulgou que no PIB brasileiro simplesmente quintuplicou nesses últimos dez anos. Um PIB assim, desse tamanho, o maior da América Latina, que transformou a economia brasileira na 7ª economia do mundo, merece ser chamado tão descaradamente de “pibinho”?
É muitíssimo estranho também que essa mesma mídia não tenha informado aos brasileiros que no ano passado, em 2013, os PIBs de apenas nove países que compõem o chamado G-20 (19 países mais ricos e União Europeia) conseguiram crescer acima de 2%. E entre esses nove países que mais cresceram está o Brasil, com 2,5% de crescimento, portanto, acompanhando a taxa de países do chamado Primeiro Mundo – se há “pibinho”, o fenômeno é mundial.
É estranho, mas a mídia brasileira não conta para os brasileiros que no primeiro trimestre deste ano a maior economia do planeta, a dos EUA, diminuiu incríveis 2,9%. Enquanto isso a economia brasileira, no mesmo período, não só se manteve estável como chegou a crescer 0,2% neste contexto de crise global. A mídia brasileira não revela aos brasileiros que, enquanto as economias do mundo todo estão decrescendo e demitindo trabalhadores, destruindo milhões de empregos ao redor do globo, o Brasil, só neste mês de maio de 2014, não apenas deixou de demitir como gerou um saldo de mais de 58.000 novos postos de trabalho.
É incrível, mas a mídia deste país jamais informou aos brasileiros que na última década o Brasil deixou de bater às portas do FMI, deixou de pedir dinheiro emprestado, e tem hoje mais de 370 bilhões de dólares em reservas internacionais. Esse estoque de divisas superou o montante da dívida externa, botou os auditores do FMI pra correr e recuperou a soberania nacional que andava de joelhos diante do capital financeiro internacional e da Casa Branca.
Em face desse cenário, é legítimo perguntar: Onde está o tal “pibinho”? Como não há resposta para essa pergunta nem para o estranho comportamento da mídia, que fala tanto em “pibinho” mas esconde os números, podemos conjecturar: o bendito “pibinho” deve estar apenas na cabeça dos “barões da mídia”, dos seus obedientes empregados e daqueles poderosos que os financiam, cujos compromissos não parecem ser nem com a verdade, nem com os interesses nacionais, nem muito menos com a informação adequada do povo brasileiro, que tem o direito fundamental de conhecer sua própria realidade econômica.
Esse comportamento da mídia brasileira é estranho mas é compreensível. Em ano de eleição, com a perspetiva de reeleição da presidenta do PT – partido inimigo da mídia e do grande capital (apesar dos governos petistas de “conciliação de classe”) – é de se esperar que os “donos” da comunicação de massa abrissem essa “guerra” de informação contra o Governo Federal: é estranho mas já era previsível. Ou alguém acha que a mídia burguesa iria divulgar as realizações econômicas do adversário?
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